Lista foi feita por especialistas do The Wall Street Journal — Foto: Pexels
Basta uma grande viagem em grupo para perceber que nem todos saem de férias pelo mesmo motivo, segundo o The Wall Street Journal.
Para alguns viajantes, a praia é um lugar para relaxar, com um chapéu grande na cabeça e um canudo de coquetel na boca. Para outros, é um trampolim para aventuras dentro e fora d’água. Uma cidade nova pode representar um desafio — ver, comer e experimentar tudo — ou um convite para se concentrar em uma área específica e viver como um morador local.
Pensando nisso, a seleção anual do The Wall Street Journal traz os 10 melhores e diferentes lugares para visitar em 2026. Há opções para todos os gostos, seja para acompanhar o próximo eclipse solar ou conquistar a próxima estrela Michelin.
Filadélfia — Foto: Adert/Wikimedia Commons/Sem alteração
Duas das grandes paixões dos moradores de Filadélfia, esportes e a própria cidade, se encontrarão em 2026. O destino sediará o March Madness, a Copa do Mundo da FIFA, o Jogo das Estrelas da MLB e as comemorações dos 250 anos dos Estados Unidos, tudo em um intervalo de apenas quatro meses intensos.
O berço da nação vem se preparando para esse grande momento: o Museu da Revolução Americana passou recentemente por uma reforma milionária, e o Centro Nacional da Constituição inaugurará novas galerias.
Seis partidas da Copa do Mundo acontecerão no Lincoln Financial Field, incluindo um jogo eliminatório no dia 4 de julho. Mesmo sem ingressos, é possível torcer ao lado dos lendários fãs de esportes da cidade no O’Jung’s, famoso por suas festas regadas a Dirty Caesar Martinis, ou no Marsha’s, o primeiro bar da cidade dedicado ao esporte feminino.
Para algo mais aconchegante, os especialistas aconselham o Stargazy, uma loja de tortas que discretamente se tornou ponto de encontro de britânicos fanáticos por futebol.
Donostia — Foto: Keta/Wikimedia Commons/Sem alteração
A escuridão inspirará os viajantes a enxergar a Espanha sob uma nova perspectiva neste verão. A faixa de totalidade do eclipse solar de 12 de agosto atravessará grande parte do país, mas o País Basco, no norte, é a escolha ideal para quem busca menos aglomerações e muitas opções de lazer.
Os novos roteiros da Wilderness Travel incluem a observação do eclipse a partir de uma vinícola no topo de uma colina, intercalada com dias dedicados à gastronomia e a caminhadas. Já a Kimkim oferece sua própria viagem para acompanhar o fenômeno, com parada na cidade medieval ribeirinha de Hondarribia.
Os especialistas aconselham o viajante a começar uma viagem autoguiada em San Sebastián, onde o revitalizado Hotel Luze, em estilo Belle Époque, reabriu em junho. Em seguida, seguir para Bilbao para visitar museus de arte e para Vitoria-Gasteiz, onde é possível admirar catedrais góticas e um bairro medieval bem preservado.
Okavango Delta — Foto: Richardk85/Wikimedia Commons
Quando as cheias inundam anualmente o Delta do Okavango, em Botsuana, antílopes bem alimentados se reúnem em pastagens exuberantes, enquanto grandes predadores transformam as ilhas em verdadeiros pontos de parada para lanches. As fortes chuvas de 2025 indicam que 2026 pode ser um ano excepcional para a observação da vida selvagem, à medida que as águas recuam e reabrem as vias navegáveis para safáris tradicionais em barcos mokoro.
Nos novos acampamentos de tendas da andBeyond, os hóspedes podem explorar o delta em canoas tradicionais. As condições ideais coincidem com novas opções de hospedagem: a empresa inaugura em março os microacampamentos de luxo Sandibe e Nxabega, cada um com apenas três tendas estrategicamente posicionadas.
Para quem nunca acampou, o Sediba Sa Rona, que também abre no mesmo mês, oferece suítes sobre palafitas com vista para o rio Khwai.
Yunnan — Foto: Asteiner/Wikimedia Commons/Sem alteração
Yunnan, no sudoeste da China, atrai viajantes intrépidos por suas paisagens montanhosas, chás raros e vilarejos onde tradições persistem há séculos. Durante muito tempo, porém, circular pela região foi um desafio.
Nos últimos anos, a expansão da ferrovia de alta velocidade a partir de Kunming, capital da província, mudou esse cenário.
A operadora WildChina conduz viajantes pela rota Kunming–Baoshan, explorando uma fronteira ocidental antes remota, com visitas a fazendas de café, produtores de queijo e caçadores de trufas.
Em outra parte da província, o Songtsam Lodge Cizhong reabriu após dois anos de reforma e oferece aos hóspedes a degustação de um Chardonnay produzido no local.
Um hotel irmão será inaugurado em Kunming no próximo ano. Já o Dali Edition estreará em breve nas montanhas Cangshan, com acesso a uma ampla rede de trilhas para caminhadas.
México — Foto: Diego Delso/Wikimedia Commons/Sem alteração
O México é mais conhecido pela tequila e pelo mezcal, mas seus viticultores produzem vinhos de alta qualidade há décadas. Para ampliar os horizontes, visite o Vale de Guadalupe, a cerca de duas horas ao sul de San Diego. A região responde por 70% da produção de vinho do país e permite desfrutar de experiências luxuosas por valores inferiores aos praticados em Napa.
Vinícolas como a Decantos convidam os visitantes a conhecer técnicas não tradicionais, como a vinificação por gravidade, enquanto a Vena Cava — construída a partir de barcos antigos reaproveitados — é especializada em vinhos naturais.
Como acontece em muitas regiões vinícolas, os chefs acompanharam esse movimento. O Olivea Farm to Table, inaugurado em 2023, conquistou uma estrela Michelin em 2025 com seus menus sazonais de preço fixo. No Lunario, a chef Sheyla Alvarado destaca ingredientes cultivados na própria fazenda do restaurante. O novo Banyan Tree Veya Valle de Guadalupe, voltado ao bem-estar, facilita estender a estadia na região.
Lucknow — Foto: Slyronit/Wikimedia Commons/Sem alteração
Se as cidades fossem pessoas, Lucknow seria aquela tia que insiste para você comer mais um pouco. Seu cardápio inclui kebabs galouti tão macios que, segundo a lenda, foram criados para um membro da realeza sem dentes; koftas de cordeiro aromáticos; e o malai gilori, delicadas camadas de creme envolvendo frutas secas.
Após ser designada Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco, Lucknow passou a destacar corredores gastronômicos históricos, como Aminabad e Chowk, por meio de experiências organizadas por operadores locais, entre eles Tornos e Roobaroo Walks.
Os especialsitas aconselham que os viajantes procurem estabelecimentos tradicionais como Tunday Kababi, Raheem’s Kulcha Nihari e Ram Asrey, mas também explore restaurantes mais recentes no distrito de Hazratganj e o recém-inaugurado Food Valley, a maior praça de alimentação ao ar livre do país. Fora da mesa, 2026 marca a abertura do primeiro parque de safári noturno da Índia, na Reserva Florestal de Kukrail.
Tulsa — Foto: Caleb Long/Wikimedia Commons/Sem alteração
Embora seja difícil escolher um único lugar para celebrar o centenário da Rota 66, estrada com mais de 3.200 quilômetros de extensão, Tulsa se destaca como um excelente ponto de partida.
Em 1926, o empresário e comissário estadual de rodovias Cyrus Avery, natural de Tulsa, liderou a criação da Rota 66. Rapidamente apelidada de Capital da Rota 66, a cidade celebrará o centenário da “Estrada Mãe” com desfiles de carros antigos, como o Capital Cruise, e com o Route 66 Roadfest, em junho, um evento para toda a família.
Após admirar os veículos clássicos, os especialistas recomendam mergulhar na nostalgia no Meadow Gold District, repleto de lojas retrô e estátuas gigantes de fibra de vidro, como os famosos muffler men. Para a trilha sonora, visite o Bob Dylan Center ou o Woody Guthrie Center. Para completar a viagem no tempo, hospede-se no Tulsa Club, um ícone art déco restaurado ao esplendor de 1927.
Rotterdam — Foto: W. Bulach/Wikimedia Commons/Sem alteração
Os canais de Amsterdã são belíssimos, mas encontrar espaço para uma boa foto pode ser difícil. Roterdã, a cerca de uma hora ao sul, ainda oferece mais respiro. Desde que foi devastada pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, a cidade se reinventou como um dos laboratórios urbanos mais experimentais da Europa, com torres assinadas por arquitetos renomados e distritos culturais instalados em antigas docas.
Entre as novidades está o Fenix, um “museu da migração” coroado por uma plataforma de observação em forma de arco. O Nederlands Fotomuseum reabrirá em breve em um armazém centenário, exibindo uma ampla coleção de fotografia holandesa.
Sobre o antigo prédio dos correios, a Post Tower será inaugurada com lojas, restaurantes e um hotel da rede Kimpton. Já o Tramhuis, um antigo quiosque de bondes, será revitalizado como ponto de partida para passeios a pé com guia em áudio.
— Foto: Getty Images
O Outback é conhecido por muitos nomes — Bush, Never-Never, Sunburned Country —, mas poucos evocam tão bem sua beleza árida quanto o “Centro Vermelho” da Austrália, melhor explorado a bordo de um trem.
O Ghan, uma linha ferroviária com quase 100 anos de história, atravessa o coração dessa paisagem em uma viagem de quatro dias entre Darwin e Adelaide. Com suítes de luxo recém-inauguradas, a experiência lembra o Expresso do Oriente, mas com mais Shiraz e menos formalidade. As suítes Aurora e Australis oferecem camas queen-size, serviço de mordomo e champanhe à vontade.
Ao longo do trajeto, é possível descer em diferentes pontos para almoçar próximo ao imponente Uluru ou fazer um rápido passeio de helicóptero sobre as 36 cúpulas de rocha vermelha de Kata Tjuta.
Tucano Roxo — Foto: Carlos Saul Echanique Cueva/Wikimedia Commons/Sem alteração
A maioria dos viajantes que visita o Equador em busca de vida selvagem ignora o continente e segue direto para as Ilhas Galápagos. No entanto, a apenas uma hora de Quito, o Chocó andino revela uma vasta floresta nublada habitada por aves exóticas, pumas, jaguatiricas e tamanduás-bandeira — sem a necessidade de espírito aventureiro extremo.
Em uma área privilegiada para observação de tucanos e condores, as 13 suítes do novo N’Cielo Adventure Lodge oferecem vista para o vulcão e banheiras de imersão. Próximo ao centro de aventuras de Mindo, o recém-inaugurado Saloya conta com lofts no topo das árvores, piscina infinita e um restaurante sofisticado. A duas horas a noroeste, o Mashpi Lodge fica em uma ampla reserva particular e inaugurará, em abril, uma ponte suspensa que leva a um mirante panorâmico para apreciar o pôr do sol.
Como benefício adicional, o dinheiro investido em turismo contribui para meios de subsistência locais sustentáveis, reduzindo a dependência de atividades que degradam as florestas, como exploração madeireira, mineração e agricultura.


