Kevin Hassett, um dos nomes cotados para assumir a presidência do Federal Reserve, voltou a afirmar que as decisões sobre juros permanecerão técnicas e independentes, mesmo em um eventual governo Trump. Segundo ele, o desenho institucional do banco central impede qualquer interferência direta do Executivo.
O economista reconheceu que mantém conversas frequentes com Donald Trump, mas deixou claro que diálogo não significa influência formal. Para Hassett, ouvir o presidente faz parte do debate democrático, porém não altera a condução da política monetária.
De acordo com o candidato, a trajetória das taxas de juros continuará sendo definida pelo comitê federal de mercado aberto. Ele reforçou que nenhum integrante externo possui poder de veto ou prioridade sobre os votos dos formuladores de política.
Hassett afirmou que as opiniões do presidente só entram no debate se forem sustentadas por dados concretos. Mesmo nesse cenário, elas não teriam peso superior ao dos membros votantes do comitê responsável pelas decisões.
Durante a entrevista, o economista destacou que a independência do Fed é essencial para preservar a credibilidade do mercado. Segundo ele, qualquer sinal de interferência política elevaria riscos, pressionaria ativos e comprometeria expectativas inflacionárias.
Questionado sobre declarações de Trump dizendo que “deveria ter um papel” nas conversas com o Fed, Hassett foi direto. Ainda mais, ele afirmou que nenhum presidente controla votos, apenas apresenta argumentos, como qualquer outro interlocutor.
A jornalista Margaret Brennan pressionou sobre a inflação persistente nos Estados Unidos. Além disso, ela citou o índice de preços ao consumidor, que registra alta anual de 3%, além do PCE, que acumula avanço de 2,8%.
Hassett respondeu apontando movimentos específicos. Ele afirmou que os preços de medicamentos prescritos caíram neste ano, após subirem cerca de 9% durante o governo anterior, segundo dados apresentados em eventos recentes.
O economista também mencionou a queda nos preços da gasolina, após níveis historicamente elevados. Para ele, choques temporários, como a gripe aviária, ajudaram a pressionar a inflação, junto a déficits elevados e políticas expansionistas.
Sobre tarifas, Hassett adotou tom equilibrado. Ele disse que os impactos variam conforme o setor, ressaltando que produtos não produzidos internamente passaram a ter redução ou isenção de tarifas alimentícias.
Hassett afirmou que o déficit federal caminha para ser US$ 600 bilhões menor do que no ano anterior. Segundo ele, o déficit comercial também caiu pela metade, ajudando a aproximar a inflação da meta de 2% do Fed.
No consumo, o candidato destacou sinais positivos. Ele citou a maior Black Friday da história, impulsionada pelo aumento do poder de compra e pela recuperação parcial da renda real das famílias.
Segundo Hassett, a renda média cresceu cerca de US$ 1.200 neste ano, após queda estimada em US$ 3.000 durante o governo Biden. Além disso, ele afirmou que esse movimento sustenta a confiança do consumidor.
Sobre o mercado de trabalho, Hassett minimizou alertas de desaceleração. Ele afirmou que os próximos dados serão decisivos, destacando a importância da pesquisa domiciliar para avaliar a real dinâmica do emprego.
Ainda mais, ao encerrar, o economista voltou ao ponto central. Mesmo se escolhido para comandar o Fed, garantiu que as taxas de juros continuarão imunes à pressão política. Para ele, a autonomia do banco central segue como pilar inegociável da economia americana.
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